Pretendo casar, mas não pretendo gastar. Pelo menos não gastar muito. Primeiro que não temos, eu e o Rafael, um montante substancial assim de
bobeira tipo o
Catra queimando 50 mil em fogos; precisamos comprar os móveis pra casa, tirar os livros do chão e fazer uma
cerquinha pra nos proteger da vizinha
macumbeira que nos detesta.
Olha, mas penso que, mesmo se tivesse, casamentos-eventos, desses de revista, desses com alianças da
Amsterdam Sauer, 300 convidados, de alto a baixo assinado pela
Constance Zahn, não tem absolutamente nada a ver
conosco nem com nossa história. Respeito os adeptos da
suntuosidade, mas nosso negócio é um
low profile, um
franciscanismo, uma delicadeza. Principalmente isso: somos militante da delicadeza das coisas
pequeniníssimas.
O caro é bom, mas ser feliz é um luxo, tá cantando aqui a Nina
Becker.
Casar gostoso e gastar pouco: como proceder? Nas minhas leituras sobre o assunto (porque agora tenho essas leituras, caros e caras convivas) descobri o site
Intimate Weddings. Que lugar mais
bacana! Muitas boas palavras e inspirações pra quem curte um negócio mais miúdo, pra quem tá
ney aí que a prima de Campo Mourão vai chorar pra cacete por não ter sido convidada sendo que vocês só se viram uma única vez, em 1990 quando ela veio prestar concurso pra
TELERJ. Festejar só com os do
afeto, só com os chegados.
Entre uma leitura e outra, uma
fofura e outra, dei com um termo fantástico:
A Noiva Recessionista. Fruto da última crise financeira norte americana (ou de outras vacas magras, meu caso), a noiva
recessionista tá decidida a casar sem abrir mão daquele
dinheirinho guardado no
sutiã. Se você é dessas, então senta aí que a gente tá junta nos
Sete passos para se tornar uma noiva recessionista, tradução/adaptação (minha mesmo) do texto de mesmo título do
Intimate Weddings. SÓ
DICÃO.
1. Uma lista de convidados curta - Uma noiva
recessionista reduz sua lista de convidados. Ela convida apenas pessoas que são importantes para ela. Se ela não vê sua amiga
Cheyla há 5 anos e que nunca nem telefona, as chances são de que ela não esteja na lista. E ela não convida ninguém só pela coisa da obrigação (só porque
Cheyla, te convidou para o casamento de seu
caberereiro, não significa que você tem de devolver o favor). Colegas e parentes relativamente distantes muitas vezes são deixados de fora.
2. DIY (Faça você mesma, sua linda) - Com apenas poucos cliques do
mouse, a noiva
recessionista aprende a fazer desde os arranjos de mesa até as
lembrancinhas. E se ela não leva jeito para artesanato, ela
providencia a apresentação do seu
projeto para amigos e familiares mais prendados.
3. Regatear - A noiva
recessionista economiza é na negociação com seus fornecedores. Se ela percebe que o vendedor está precisado de clientes, ela não tem medo de lhe pedir um preço melhor ou de incorporar alguns
bônus ao seu pedido.
4. Flexibilidade - A noiva
recessionista sabe que o sábado a noite é o dia mais procurado para casamentos, e que também é o mais caro, por isso ela está disposta a fazer o seu casamento em uma sexta-feira, num domingo ou até mesmo em um dia de semana.
5. Segunda mão - Ela vasculha o Mercado Livre, o Orkut e o
Ebay em busca de itens de casamento usados, porém honestos. Se ela curte um lance
vintage, então ela vai dar uma olhada em
brechós ou em sites como o www.vintageous.com. Ela também usa redes sociais para caçar fotógrafos,
bartenders e outros
profissionais que estejam dispostos a trabalhar dentro do seu orçamento. Ela é ainda uma noiva esperta e que corre rápido ao menor sinal de falta de
profissionalismo ou de má fé.
6. Priorizar - uma noiva
recessionista conhece suas prioridades. Ela só desenvolve psicoses por coisas que sejam importantes para ela. Se ela é
aficcionada por boa comida e uma iguaria, uma degustação é indispensável para ela, então ela está disposta a cortar itens antes
planejados. Isso pode significar que ela usará uma
seleção bacana no
Ipod ao invés de um
DJ, ou imprimir seus próprios convites ao invés de mandar fazer um em caligrafia
personalizada.
7. Desenvoltura - Ela faz uso dos muitos talentos que encontra em seu círculo de amizade e entre os familiares. Se sua tia é pianista, ela lhe pedirá para que toque durante a
cerimônia, se sua
cunhada é
designer gráfico, ela irá contratá-la para desenhar os convites. Uma noiva
recessionista sabe que ter aqueles de seu
afeto envolvidos na feitura do casamento não só corta custos, como transforma o momento em algo muito mais cheio de significado.
imagens: Intimate Weddings e Pigbank wedding