sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Thaís e Emerson: sobre as coisas do amor, do destino e da delicadeza

 

Não sei realmente se estou habituada a pergunta: mas então? Como você começou a trabalhar com casamentos? Nessas horas, parece sempre prático dizer que foi depois do meu casamento que a ideia surgiu na minha vida... as pessoas se sentem satisfeitas com esta resposta. Deve fazer sentido. Mas naquela hora, quando já tínhamos empacotado mais da metade da festa e ela já estava com o rosto brilhando de tanto andar pra lá e pra cá distribuindo abraços, beijos e cupcakes para as pessoas que saíam do restaurante, naquela hora em que ela anunciou que ia tirar o vestido pra ir embora e pegou na minha mão perguntando com o olho de bailarina: você vai escrever sobre hoje? você vai escrever sobre a nossa história? Exatamente ali eu não saberia o que responder. Por que comecei a trabalhar com casamentos? Eu simplesmente não sei, caras.. Também não sei como sobrevivi àquele olhar nem a todas as coisas que haviam dentro dele; coisas minhas, coisas dela.

Esta é a história do casamento da Thaís, a primeira noiva que me contratou. Essa é a história de como ela virou minha vida do avesso e me transformou numa cerimonialista de casamentos.

  
Olha, já fiz muita coisa nessa vida. Por gosto, por necessidade. Já vendi cachorro quente em carrocinha, vendi muamba um e noventa e nove, sanduíche natural, cerveja no carnaval da Lapa. Já trabalhei por comida e já trabalhei sem receber nada em troca além de muito choro de arrependimento. Já fui articulista, livreira, pesquisadora e professora. Me acostumei a pensar que tinha passado por coisas demais e por causa disso me agarrei à vida acadêmica e a História com alegria: era finalmente a oportunidade de uma vida tranquila, financeiramente estável e bacana. Era o que eu pensava.

Em algum momento disso tudo, lá entre as serras e os prédios imperiais de Teresópolis Thaís decidia também que a História seria uma linda carreira a seguir: crítica social, erudição, a compreensão de nossa identidade e do que podemos mudar no mundo. Imagino que a mãe dela, que é professora, deva ter curtido a ideia. Agora imagina só, se a Thaís não tivesse tirado ZERO em Física, talvez tivéssemos nos esbarrado anos depois pelos corredores do Instituto de Ciências Sociais ali no Largo de São Francisco. Num destino louco e outro, Thaís... vai ver a gente nem teria se falado!

Pior para a História, melhor para o Direito. Se fosse ela a escrever sobre esses acontecimentos, certamente afirmaria com uma certeza tranquila que estava tudo nos planos de Deus, este sim, grande roteirista. Porque ela ficava encolhida no frio, à noite, esperando o ônibus em frente à faculdade vendo os namorados buscarem as meninas de moto e ela lá... Por que não posso ter um namorado também? Abençoado zero em Física; num destino louco, outro e super triste, Thaís também não teria conhecido o Emerson.
Sim, Emerson tinha uma moto.

Anos depois, há alguns quilômetros da Nossa Senhora de Copacabana, onde os dois tinham ido morar num objetivo super focado de estudar, trabalhar e construir uma carreira, eu tentava não ter um ataque e manter a sanidade diante dos 13 dias que faltavam pro meu casamento. Foi naquele dia de 2011 que nossas vidas entraram em rota de colisão através de uma mensagem em que tava escrito assim:
Caraca! Acompanho seu blog e as postagens no "mini casamentos! Sou fã das suas dicas e do seu convite, adorei é pouco!! Agora vejo que você  no Facebook do irmão do meu noivo! Não resisti! Preciso ter você por perto. Ótimas vibrações pro seu grande dia! Vai dar tudo certo!
Sério!? Ela era cunhada de um dos caras mais fantásticos que eu já conheci e com quem tive a alegria imensa de trabalhar na Livraria da Travessa. Respondi bem feliz. Na mensagem seguinte, ela atirou
Priscilla, não sei se você gostou dessa história de preparativos de casamentos, mas caso tenha gostado, e queira me assessorar eu te contrato!  Não sei se você terá disponibilidade de tempo em março ou abril de 2012, mas não tenho tempo para nada e não tô afim de contratar uma equipe de cerimonialistas, quero um mini casamento delicado e um pessoa como você tem o perfil que procuro. Podemos inclusive fazer um contrato e te dou um sinal agora, antes do seu casamento....
O que??? O que??? Fiquei transtornada! Até então essa coisa de dizer que eu ia trabalhar com casamentos depois do meu era uma piada! É por isso que não sei se foi o cansaço pós-Saara, se estava anestesiada com todos os acontecimento ou se foram as palavras mágicas (naquele momento de desespero! ahaha) "te dou um sinal agora, antes do seu casamento"... Só sei que respondi: Topo! Topo!
Malandro não pára, malandro dá um tempo. Assessora de casamentos. Larguei academia, larguei a história, larguei o magistério. Engraçado como depois do casamento essas coisas pararam de parecer tão importantes... Passava os dias revirando o que fazer. Tinha a dissertação, mas agora ela soava sem graça, inútil. Comecei a sentir falta do peso de ser noiva, das escolhas, das angústias criativas, de tudo. Marquei então com a Thaís da gente se encontrar ao vivo.

Ela era um encanto! Quero dizer, havia qualquer coisa muito doce na Thaís que eu não entendia e até hoje não entendo. Acho que o meio acadêmico tinha me mergulhado num cinismo tão bizarro que ali na frente dela, ouvindo sobre seus planos, sua história e, principalmente, sobre sua religiosidade, fiquei perturbada. Disfarcei.

A ideia inicial era a seguinte: uma celebração religiosa na Nossa Senhora da Lapa, uma capela barroca espremida na Rua do Ouvidor seguida de uma pequena comemoração na Casa Julieta de Serpa que, quando ela tinha começado a sondar, ainda alugava os espaços indepententes. Como alugar a CJS inteira seria insano e caro, os planos se voltaram pra comemoração em algum barzinho ou restaurante das redondezas. Foi aí que fiquei mais bolada; aquela delicada advogada pretendia sair da igreja de tardinha, sentar com o povo e seu amor num bar, pedir batatas fritas, abrir um espumante e curtir um happy hour carioca típico. Apenas a amei pra sempre.

Mas a vida é uma caixinha de surpresas! Primeiro a gente descobriu que os bares não estavam nada afim de deixar nossos planos seguirem em frente: uma resistência quanto a ser um casamento, quanto a realizar algo que pudesse "espantar os clientes" e uma abertura  impressionante ao pagamento de qualquer quantia superior a 5 mil referentes ao aluguel do espaço. Só o espaço! Nem um palito de dente incluso! Segundo, com a igreja já reservada, o fotógrafo contratado, faltando apenas 3 meses pra tudo, o Emerson descobriu que teria uma prova de concurso LOGO ALÍ EM GOIÁS... no dia seguinte ao casamento!! 

Fiquei com o coração partido pelos dois. Vamos dar um jeitinho! Vamos! A Thaís optou por fazer somente a cerimônia religiosa, entregar uns bem casados e beijinhos na porta da igreja. Seria uma pena, uma pena... Depois de tantas expectativas e planos ter de abrir mão da festa, nenhuma noiva merece um negócio desses. Resolvemos então fazer somente um café da manhã para não atrapalhar a viagem do noivo. Algo terminando bem cedo, era só pra não passar em branco.

Bem, nessas horas onde as coisas ficam meio sem saída, a saída é perverter a sanidade. Foi assim que o "bem-casado entregue na porta da igreja" se tornou um almoço terrivelmente delicioso e delicado num bistrozinho centenário de comida soberba. Simplicidade e praticidade viraram nossas palavras de ordem: o único item ou ornamento que não podia faltar era estar juntos com sua família festejando aquela união no mesmo Rio de Janeiro que os acolheu quando, de maneira quase acidental, se viram construindo uma vida em comum. Pintei com spray os copinhos que ela comprou em Teresópolis (veja aqui o tutorial da Shirley Yáñez), a mãe da noiva montou o buquê, a Roberta Araújo orquestrou a vinda e a montagem das flores: nada de grandes arranjos, só um toque, simplicidade, simplicidade!

Tudo tinha corrido tão bem, de maneira tão perfeita. Deus, um grande roteirista. Digo pra vocês que a perfeição não se planeja, é dádiva. Tínhamos recebido uma dádiva e agora tudo o que faltava era o Emerson sair correndo para o aeroporto. Foi aí que ela me parou e disse pra eu contar a história. A história de tudo, fazer uma postagem. Sobre a paixão pelo tule de poá, sobre o dia da prova da maquiagem em que cheguei no apartamento dela mas o porteiro tocou o interfone na casa errada e disse que ela não estava, sobre a daminha das alianças que não quis entrar de jeito nenhum e sobre nossa maratona nervosíssima pra pagar o restaurante antes do banco fechar. No final, violinos reverberando naquela igreja. E os gringos começaram a se amontoar na porta. A Thaís veio andando pela rua tranquilamente e aí eles se casaram numa cerimônia plena de significados e de comprometimento com o ritual. Sabe aquela coisa de casar na igreja porque é bonito? Não, aquilo ali era de verdade, era milenar, era  roots. Foi alucinante!

 

Eu disse que não ia conseguir contar nada direito. Sobre ela, sobre mim. Sobre o significado de tudo o que aconteceu na minha vida depois que ela apareceu. Sabia que não ia dar certo. A única forma de aprisionar os fatos em forma de relato pra que todo mundo veja e sinta como tudo aconteceu é a arte. Sendo assim, é melhor a humildade de aceitar que precisamos é nos ver. Por que nunca mais te vi? A culpa é sua, você me colocou nessa e agora não consigo tempo nem pra tomar um copo d'água, Thaís.

Saiba que meu carinho e admiração por você são imensos. Pela sua doçura, a sua fé e a sua calma de Dalai Lama. Principalmente pela sua franqueza, sua abertura destemida e sincera diante do mundo. Há um poder nisso que nunca antes eu tinha visto cara a cara. Você transborda.

Obrigada pela confiança de vocês, pelo carinho e por não me matar quando eu errei os nomes no convite. Obrigada por ter escrito aquela mensagem, por ter colidido com a minha vida e mudado tudo. Pela primeira vez me sinto plena fazendo algo, pela primeira vez sinto que estou em casa. Todo amor do mundo pra vocês! 


Resumo da ópera

Vestido: Ateliê Gorete 2241.9413 [ai gente.. a nêga Gorete apenas se superou com este vestido!] ||
Buquê de broches: a mãe da noiva quem fez! || Maquiagem e cabelo: Priscila Schwafer || Local da cerimônia: Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores || Decoração e Flores: Vou Casar e Panz + Roberta Araújo || Local da Festa: Bistrô Ouvidor || Doces: Jane 2712-8611 || Torre de cupcakes: Doce Sabor || Bem Casados: Cacau Bem Casados [uma delícia, brasiu! afora que compramos numa mega promoção da ExpoNoivas ho ho ho] || Música: meu notebook + subwoofer pilotados por mim e pela Ana Pads || Convites: Eu e a noiva || Transporte: Enfim Sós [recomendo eternamente!] ||  
Assessoria e Cerimonial: Vou Casar e Panz - Assistente: Ana Pads
 || Fotografia: Fabio Moro || Convidados: 80












terça-feira, 7 de agosto de 2012

Noiva recessionista? WTF...?! [novas reflexões sobre esses seres polêmicos]

Juliana e Erik, os lindos eternos no casamento recessionista em Las Vegas
Mamilos são muito polêmicos
É engraçado como falar de "noivas recessionistas" ou "casamentos recessionitas" consegue provocar reações tão apaixonadas. Digo apaixonadas no sentido visceral da coisa, sabem? Seja a noiva em questão falando, sejam os profissionais, todas as declarações são sempre intensas e todo mundo tem algo a dizer a argumentar, a protestar, é um negócio de louco!
Particularmente porque sou uma das partidárias - fui uma noiva recessionista e atendo constantemente noivas que buscam não ter de rodar bolsinha em Copa pra casar -, sou sempre sempre sempre confrontada com o tema e me vejo alí louca tendo de esclarecê-lo e, bem... como saí da academia mas a cademia não saiu de mim, me pareceu impossível não parar e tentar expor pra vocês aqui no blog minhas teorias. Espero que essa reflexão possa contribuir pra uma abertura de cabeça pras noivas, pros fornecedores, pro mercado e pra mim mesma.

Recessionista? Uadarrél?!

A coisa mais pateticamente óbvia e necessária a se dizer a respeito é que recessionista é um termo originário de recessão. Mas embora a palavra soe bem no português e se pareça realmente uma palavra do nosso idioma, "recessionista" vem do inglês, de recession. Pontuar isso tem uma importância do cacete, amigas, porque é a partir daí que a gente começa a puxar a origem do conceito e sua aplicação no mundo casamentístico brasileiro.
Foi a partir da crise financeira/imobiliária de 2008, quando os americanos se viram tocando violão na rodoviária pra comprar o almoço, que o mercado de casamentos gringo foi dar num dilema: as pessoas querem muito casar, a maioria delas é jovem e começando agora sua vida financeira, a América tá em crise, o que faremos agora? Bem, eles não fizeram porra nenhuma. No meio do desespero, quem conseguiu se salvar da falência foi atrás de quem podia continuar pagando pelos serviços e o restante dos casais foi empurrado ou para a busca de soluções que viabilizassem casar sem virar mendigo ou para a desistência do ritual.
Essa onda de DIY, de sustentabilidade, de mini casamentos e mesmo as novas concepções sobre o que é o casamento - que, falando de maneira bem resumida, gira em torno de "o casamento é a celebração do amor do casal e deve traduzir sua visão de mundo, deve ter a sua cara" - tá tudo interligado e vem daí.

O termo recessionista bride, que ganhou força entre 2009 e 2010, era uma expressão que traduzia todo o conjunto de medidas e atitudes tomadas por essas noivas (de classe média, importante dizer) decididas a investir em um supérfluo - cujo valor, o valor capital, é plenamente simbólico - mas respeitando um determinado teto máximo de gastos. Devemos a maioria de nossas noções pinterésticas do casamento e a garra de peitar todo mundo pra fazer do jeito que der pra fazer, do jeito que vai nos fazer felizes, à essas corajosas filhas da recessão: elas desbravaram a ideia de que envolver amigos e familiares na celebração + ter por perto somente os mais íntimos + desafiar-se a baixar as expectativas diante da perfeição + meter os peitos você mesma não apenas tornava tudo muito mais significativo, como ajudava a tornar o sonho financeiramente viável.

Noiva recessionista x Noiva descapitalizada
Bem, mas agora vou falar uma coisa que vai fazer muitas de vocês me acharem uma louca incoerente, senta aí e se prepara pro Batman Slap: quem não tem dinheiro não casa. 

O casamento custo zero não existe, gente. Se não for você nem seu boy a pôr a mão no bolso, será alguém, será uma vaquinha da internet e o preço, por mais que não atinja patamares Kardashianos, nunca será barato. Por outro lado, o que o mercado joga na nossa face é uma superinflação na hora de cobrar por todo e qualquer serviço relacionado ao assunto porque você é noiva e porque noivas são como unicórnios amaldiçoados; por onde vão caminhando tudo fica extremamente caro. Ou seja, o bagulho já não é barato e nêgo ainda fica pressionando pra que ele saia ainda mais caro seguindo a lógica  casamento é um sonho -> sonhos não tem preço -> somos responsáveis pelo seu sonho -> colocaremos esse valor aqui lá no céu pra tentarmos chegar perto do preço infinito real dos seus desejos.

É aí que entra a coisa do casamento recessionista, cara e tenho usado esse argumento sempre que me questionam o recessionismo, sejam fornecedores ou noivos: a chave de tudo está na racionalização e na otimização dos gastos.  O casal deve estar ciente de que terá de arcar com uma determinada quantia mas mantendo um foco de que essa grana não pode sair destruindo sua vida, afogando todo mundo em dívidas. O casal também deve ficar ligado que a grana pro casamento não precisa, nem deve, atrapalhar outros planos importantes como a casa nova, a escola das crianças ou aquela viagem que vocês nunca fizeram. Esse casal estabeleceu prioridades e tá afim de adaptar suas expectativas ao que der pra fazer, usando de muita criatividade  e planificando os gastos.

Ah Prill, por isso não fecho com você, não quero associar minha marca a noivas pobres. Minhas nêgas, fico muito putinha quando ouço essas coisas... a verdade é que nunca sei o que um fornecedor quer dizer com "noiva pobre", se é dizendo que a mulher não tem dinheiro, se é dizendo que ela tem mau gosto... Só me vem à mente o paradoxo master chamado casamento de Belo e Graycianne.

http://i1.r7.com/data/files/2C95/948F/3762/1F60/0137/632D/81BC/7E99/casamento-gracyanne-belo-g-20120519.jpg
can buy me love?
Há uma imensa diferença entre a noiva descapitalizada, a noiva recessionista e a noiva de mau gosto.
Se já concluímos que não existe casamento à custo zero, então está subentendido que a noiva descapitalizada não vai casar (ritualistica e festísticamente falando), vai simplesmente pegar seu bofe e se mudar pro puxadinho que estiver disponível. Foi assim que eu e o Rafa realmente nos casamos, como já contei aqui no blog um dia. Outras opções a esta senhora são 1) se endividar, embarcar num kitfesta e comemorar bodas de prata ainda pagando o casamento e 2) esperar 1348634 anos pra se casar, tempo em que estará juntando cada real a ser investido no pleito nubente o que, na minha cabeça, é bizarro porque prioriza o ritual e a festa ao invés de priorizar a vida em comum (se você possuiu uma religião que te impede de simplesmente ir morar junto, aí são outros quinhentos).

A noiva de mau gosto... bem, ela simplesmente tem mau gosto e não há dinheiro que dê jeito.

Já a noiva recessionista tem uma grana. Não vou dizer pra vocês que ela tá nadando em dinheiro, mas ela e seu boy têm um plano. Talvez este plano seja gastar todos os 15 mil que eles têm. Talvez seja gastar 15mil no casamento e 30 numa viagem à Tailândia, talvez seja gastar 50 no casamento e 250 na entrada da casa. Não importa, o que interessa é que a noiva recessionista é fã da Angela Merkel e quer continuar honrando seus gastos diários nem que pra isso precise adotar algumas medidas de austeridade no seu casamento como, por exemplo, substituir a orquestra do corjeto pelo iPod, abrir mão das lembrancinhas ou beber Itaipava o invés de Heinecken. No casamento recessionista ninguém se lança em gastos irracionais nem maiores que a perna. 

Enfim, o casamento recessionista é um casamento com limitações de gastos e qual será esse limite, bem, isso varia de casal pra casal. Como fornecedora que sou e como noiva que fui, não vejo problemas em vestir essa camisa, em colocar a faca nos dentes. Acho que essa coisa de cortar custos nos trouxe muitas e muitas coisas boas, acho que os casamentos se tornaram muito mais criativos e que as pessoas têm se envolvido muito mais na feitura da coisa toda. Também acho que as noivas ficaram mais criteriosas a respeito de suas escolhas, que se tem feito muito mais pesquisa de mercado e que o diálogo entre elas tem ajudado muito não só na hora da economia, mas na hora de baixar as expectativas de Princesa Disney pra ir viver uma história que é sua e que é real. 

Não sinto nenhum desconforto de trabalhar pra essas noivas, sinto desconforto é de trabalhar com quem não quer nem saber quanto custa, quero é esbanjar, toma aí essa grana e me casa. Não sei lidar com isso não. 
Também não faço milagres como vocês gostam de dizer! (rysos) Acho que eu e minhas clientes vamos trilhando um caminho e decidindo o que pode sair e o que não dá pra abrir mão, valorizar o que vem depois, a vida em comum que se quer construir. Racionalizar o lance pero sin perder la ternura jamás. 

Se você é dessas, então a gente tá junta nos Sete passos para se tornar uma noiva recessionista, tradução/adaptação (minha mesmo) do texto de mesmo título do Intimate Weddings. Ele guiou meu casamento e taí podendo inspirar o seu. SÓ DICÃO.

1. Uma lista de convidados curta - Uma noiva recessionista reduz sua lista de convidados. Ela convida apenas pessoas que são importantes para ela. Se ela não vê sua amiga Cheyla há 5 anos e que nunca nem telefona, as chances são de que ela não esteja na lista. E ela não convida ninguém só pela coisa da obrigação (só porque Sheylla, te convidou para o casamento de seu cabelereiro, não significa que você tem de devolver o favor). Colegas e parentes relativamente distantes muitas vezes são deixados de fora.

2. DIY (Faça você mesma, sua linda) - Com apenas poucos cliques do mouse, a noiva recessionista aprende a fazer desde os arranjos de mesa até as lembrancinhas. E se ela não leva jeito para artesanato, ela providencia a apresentação do seu projeto para amigos e familiares mais prendados.

3. Regatear
- A noiva recessionista economiza é na negociação com seus fornecedores. Se ela percebe que o vendedor está precisado de clientes, ela não tem medo de lhe pedir um preço melhor ou de incorporar alguns bônus ao seu pedido.

4. Flexibilidade
- A noiva recessionista sabe que o sábado a noite é o dia mais procurado para casamentos, e que também é o mais caro, por isso ela está disposta a fazer o seu casamento em uma sexta-feira, num domingo ou até mesmo em um dia de semana.

5. Segunda mão
- Ela vasculha o Mercado Livre, o Orkut e o Ebay em busca de itens de casamento usados, porém honestos. Se ela curte um lance vintage, então ela vai dar uma olhada em brechós ou em sites como o www.vintageous.com. Ela também usa redes sociais para caçar fotógrafos, bartenders e outros profissionais que estejam dispostos a trabalhar dentro do seu orçamento. Ela é ainda uma noiva esperta e que corre rápido ao menor sinal de falta de profissionalismo ou de má fé.

6. Priorizar - uma noiva recessionista conhece suas prioridades. Ela só desenvolve psicoses por coisas que sejam importantes para ela. Se ela é aficcionada por boa comida e uma iguaria, uma degustação é indispensável para ela, então ela está disposta a cortar itens antes planejados. Isso pode significar que ela usará uma seleção bacana no Ipod ao invés de um DJ, ou imprimir seus próprios convites ao invés de mandar fazer um em caligrafia personalizada.

7. Desenvoltura - Ela faz uso dos muitos talentos que encontra em seu círculo de amizade e entre os familiares. Se sua tia é pianista, ela lhe pedirá para que toque durante a cerimônia, se sua cunhada é designer gráfico, ela irá contratá-la para desenhar os convites. Uma noiva recessionista sabe que ter aqueles de seu afeto envolvidos na feitura do casamento não só corta custos, como transforma o momento em algo muito mais cheio de significado.

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